Na manhã desta quarta-feira, 12, o Jornal da Fan entrevistou o vereador Ricardo Vasconcelos (Rede), presidente da Câmara Municipal de Aracaju. Na ocasião, o vereador falou sobre um veto do prefeito Edvaldo Nogueira, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O fato foi considerado polêmico nos bastidores e causou bastante burburinho no meio político.

“A Comissão entendeu, e os demais vereadores apoiaram, que não caberia veto à emenda supressiva no projeto. Você pode votar o projeto, o artigo do projeto, agora, na emenda que o parlamento aprova, não seria razoável, não seria prudente. Isso é a lei do ordenamento jurídico. Só que temos outra peculiaridade, porque eu instalei e se tronou o ordenamento jurídico perfeito, porque ela já foi sancionada e publicada. É como se o Congresso Nacional aprovou uma lei, já publicou, está vigente, tudo certinho e uma ‘mente brilhante’ diz: ‘epa! Tem um artigo lá, uma emenda, alguma coisa que a gente não concordou. Calma aí, deixa eu mandar um veto, ela continua aqui toda perfeitinha, mas nós temos o veto lá para mudar e tal’. A comissão percebeu e orientou o arquivamento, até porque não tinha prova de viabilidade jurídica alguma para tramitar. Aconteceu. O pessoal achou que foi algum tipo de jogada política, algum tipo de recado. Não foi nada disso. Foi uma atuação extremamente técnica e atenta dos membros da Comissão”, disse o vereador, garantindo que a questão foi guiada estritamente dentro de uma questão técnica e legal e dizendo que acredita que o prefeito Edvaldo Nogueira foi mal assessorado por sua equipe.

Sobre as eleições de 2024, foi perguntado a Ricardo Vasconcelos sobre a existência de um grupo formado por cerca de 15 vereadores, que estão se unindo em torno de um nome comum para o próximo pleito.

“Nós estamos trabalhando mais unidos. Existe essa movimentação, essa organização da gente. O que não quer dizer que nós queremos antecipar a discussão política ou queimar a largada. Jamais. O que existe é esse grupo, que se movimentou para a eleição da Câmara e que pensa da seguinte forma: ‘olha, nós não podemos, amanhã, ter um prefeito que está distante de tudo aquilo que a gente defende, que não seja parceiro do nosso mandato. Estamos, então, logo avisando. Óbvio que nós discutimos, sempre, tudo, com o governador Fábio Mitidieri e com o prefeito Edvaldo Nogueira, mas olhe, nós queremos participar dessa discussão, porque no dia-a-dia, quem sabe onde o calo aperta são os vereadores. Nós, que estamos no mandato e que vamos para reeleição, queremos participar ativamente, ter voz e vez, nessa discussão, porque, depois da eleição, quem vai saber como o negócio funciona e como são as dificuldades, somos nós no dia-a-dia”, disse Vasconcelos.

Sobre o fato desse grupo aglutinar nomes, tanto de situação, quanto de oposição, o presidente da Câmara disse que essa questão é encarada com muita tranquilidade.

“Veja, a gente não faz oposição ao povo de Aracaju. Nós queremos o melhor prefeito e que ele possa manter, justamente, esse pensamento que hoje permeia a Câmara Municipal de Aracaju: é um prefeito que venha a ser um grande parceiro; que vai compreender junto conosco onde estão as deficiências da gestão pública, onde está precisando melhorar nas questões sociais e que a gente possa ter vez. Se for um nome de consenso, não vier rasgar a história política, e não incomode a esses dois vereadores da oposição (referindo-se à Sheyla Galba e Ricardo Marques, ambos do Cidadania) tenho certeza de que a gente não vai ter dificuldade de apoiar”, declarou.

Ao ser perguntado sobre qual poderia vir a ser o nome de consenso entre o grupo dos vereadores de situação e oposição, Ricardo Vasconcelos respondeu: “Acho que não é razoável nem prudente a gente estar falando nomes quando o prefeito Edvaldo nogueira ainda não apontou um nome, nem o governador Fábio Mitidieri, mas, um nome que agrada a este grupo, um nome que estaria, com certeza, aglutinando e pacificando os ânimos políticos, seria o nome do vereador e ex-presidente Nitinho. É um nome que já tem muita experiência com a gestão pública, um vereador de seis mandatos, que tem habilidade política. Sabe onde o calo aperta e que eu tenho certeza que não teria dificuldade nenhuma”, declarou o presidente da Câmara.