Na manhã desta terça-feira, 27, o médico gastroenterologista Jilvan Pinto, ex-diretor do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) e presidente do Cremese (Conselho Regional de Medicina de Sergipe), conversou com Narciso Machado, no Jornal da Fan, sobre o processo eleitoral da instituição, cujo pleito ocorrerá nos dias 14 e 15 de agosto. Acompanhado da médica oftalmologista Denise Barroso, ele fez um resumo das ações do Cremese e falou sobre as propostas da chapa pela qual concorre à reeleição, a Chapa 1 – CREMESE Independente, Atuante e Renovado.

Entre os temas propostos pela chapa, Jilvan Pinto destacou a necessidade de independência do Cremese, que segundo ele é uma questão importante para a classe médica e a sociedade. “Estamos nessa luta para manter o Cremese independente de interferências externas, de amarras políticas, senão a gente não consegue fiscalizar. Se não fiscaliza direito, não pode intervir na qualidade da assistência e no exercício da atividade profissional. Quando as condições de trabalho do médico são boas, isso se reflete na qualidade da saúde ofertada à população, seja pública ou privada”, explicou.

Fazendo um balanço da gestão que se iniciou em 2018 e segue até outubro deste ano, Jilvan Pinto garantiu que houve avanços na fiscalização dos serviços de saúde. “Foram fiscalizados 52 municípios sergipanos, com dezenas de comunicados ao Ministério Público de não-conformidade do que não conseguíamos resolver nas unidades básicas de saúde. Atualizamos o parque tecnológico, para ampliar a oferta de serviços on-line aos médicos. Investimos forte na educação médica continuada, com capacitação em diversos seguimentos da atividade médica”, disse.

Jilvan Pinto destacou, ainda, a conclusão da obra do prédio-sede do Cremese, que se arrastava por mais de sete anos. Outro ponto citado foi a criação da Comissão do Jovem Médico, presidida pelo médico Denison Silva. “Fizemos, recentemente, em parceria com a OAB/SE, um curso de Direto Médico, área muito importante para quem se inicia na profissão, além de diversos outros cursos, todos gratuitos, que ajudam a complementar a formação dos jovens que se iniciam na profissão. Ou seja, o Cremese, além da atuação cartorial, tem essa função na educação dos médicos”, finalizou.

Denise Barroso explicou o papel da Comissão da Mulher, já aprovada pelo conselho e que integra as propostas da Chapa 1. “Vamos instituir a comissão e fazê-la funcionar, pois entendemos a importância da mulher na atividade médica, a começar pelo suporte em termos de capacitação profissional em áreas que a mulher predominantemente atua, como pediatria, ginecologia obstetrícia, dermatologia e genética. Queremos que a mulher esteja mais presente no conselho, nas decisões mais importantes para a classe e a comissão surge com esse intuito”, disse.

Jilvan Pinto foi questionado sobre a situação da fiscalização, especialmente no interior do estado. “Na pandemia, o Cremese não parou. O Hospital de Campanha da Prefeitura de Aracaju foi alvo de ação na Justiça e vencemos, para evitar que médicos sem o ‘Revalida’ atuassem. Quem não tem essa certificação, que é dada aos que se formaram em faculdades de medicina no exterior, não está sujeito às normas e critérios éticos da medicina, e o Cremese não pode fiscalizar. Por isso defendemos o Revalida, não como reserva de mercado, mas para proteger a população”, justificou.

O processo eleitoral do Cremese elege 40 conselheiros, 20 titulares e 20 suplentes. Ao final do pleito, com os nomes homologados pela Comissão Eleitoral, os novos membros titulares escolhem aqueles que atuarão como diretores da instituição nos cargos de presidente, vice-presidente, 1º secretário, 2º secretário e tesoureiro, para a gestão 2023/2028. São obrigados a votar os médicos com idade inferior a 70 anos, com inscrição no CRM e que não tenham pendências com a instituição. Quem tem mais de um CRM, ou seja, inscrição em conselhos de diferentes estados, precisa votar num deles. Quem não votar e não justificar, receberá multa.