Marcos históricos estão resguardados para as eleições de 2022. E, sem dúvidas, as notícias falsas rondaram o pleito. Uma eleição marcada pela judicialização e disputa de narrativas.

Não precisamos, mas vamos relembrar que seria tudo definido em primeiro turno pelo ‘Pato’. O que houve, todos já sabemos.

É preciso dizer, para efeito de análise justa, que tantas outras inverdades foram espalhadas com retóricas de investigação por desvios de recursos públicos. Acusações sem comprovações foram emitidas contra a família do atual governador, por exemplo.

Outro marco do pleito que ficará é a investigação da Polícia Federal que desembocou na operação deflagrada na última sexta-feira, 1º de setembro. Nunca antes um arquivo que produziu desinformação virou alvo de inquérito com fortes desdobramentos. Tudo se inicia a partir de denúncia da assessoria jurídica do candidato derrotado Rogério Carvalho.

O conteúdo do arquivo já é de conhecimento público. A autoria, segundo a polícia, é de Rodrigo Leão. Mas quem encomendou a montagem que foi salva na pasta de arquivos intitulada ‘Belivas/Lula’? É a resposta que os sergipanos querem.

Será que ele revelará em depoimento? Será que já depôs e disse?

Especificamente sobre esse arquivo, não podemos dizer que teve influência no resultado das eleições. Ele foi viralizado e reproduzido nas redes sociais, e por setores desavisados da imprensa, mais ainda no primeiro turno. Tendo em vista que seu foco foi o candidato do PT, e que este, considerando a anulação dos votos de Valmir, foi o primeiro colocado naquela etapa da eleição, conclui-se assim, que ele não impactou.

Agora, se ele for a ‘ponta do fio’ de um emaranhado de arquivos produzidos para efeito de desinformação, e se algum deles teve considerável impacto no segundo turno, só o final das investigações dirão.

É preciso cautela e responsabilidade. Sergipe não merece ser jogado num clima de instabilidade.

NOTAS DA SEMANA
Belivaldo não gostou
O ex-governador Belivaldo Chagas não gostou da vinculação de Rodrigo Leão com o seu governo. O suposto editor do arquivo passou pela Secom em 2019. Belivaldo disse que não era justo. “Não sei quem é, nem nunca vi”, disse Belivaldo com seu tom forte. Segundo ele, Rodrigo foi contratado por Sales e, ao final de 2019, pediu desligamento.

Dever jornalístico
Por dever jornalístico, a Domingueira tomou a iniciativa de ouvir os envolvidos em todas as campanhas. A assessoria do PT pediu a abertura de investigação pelo fato de o suposto autor ter sido CC, mas na peça não há acusações, apenas pedido de esclarecimentos.

Posição de Sales
O ex-secretário de Comunicação e atual membro da Agência de Desenvolvimento, Sales Neto, confirmou a passagem de Rodrigo pela Secom e ao ser questionado sobre a permanência de contato ele negou. “Não. Nenhuma. Depois disso nunca mais tive contato”, assegurou.

Marketing de Fábio
Chefe do marketing da campanha de Fábio Mitidieri e atual secretário de Comunicação de Aracaju, Carlos Cauê foi curto e direto. “Nem sei quem é”, sentenciou.

Marketing de Valmir
Em contato com Júnior Carvalho, um dos chefes do marketing de Valmir de Francisquinho, a resposta foi na mesma linha. “Nossa estratégia centrou fogo em críticas ao governo Belivaldo, não precisávamos desse artifício”, disse Júnior.

Marketing de Alessandro Vieira
Na sexta-feira, este colunista fez contato com Júnior Aragão para dialogar sobre os fatos. Ainda não havia a decisão de desdobramentos na Domingueira. Na oportunidade, Júnior relatou que dentre suas táticas de guerrilha, não usa ‘fake news’. No sábado, quando a Coluna estava em produção, Júnior não foi localizado e, portanto, não respondeu aos novos questionamentos.

A quem interessava?
Antes que venha uma resposta clara por parte da Polícia Federal, um questionamento: quem teria o interesse de uma desautorização de Lula a candidatura de Rogério Carvalho? Muitas ilações são possíveis: uns dirão que Fábio, ele também apoiava Lula e teria o interesse de enfraquecer o petista. Outros podem dizer que Alessandro, que lutava para passar ao segundo turno e, teoricamente, Rogério seria seu alvo principal. Tem teoria da conspiração para todos os gostos.

Só ele não basta
Só o áudio em questão não basta para comprovar interferência nas eleições. Repito o já dito na análise. Ele se deu no primeiro turno e, na ocasião, Rogério que supostamente seria a vítima, terminou em primeiro. É esperar para ver se ele será o caminho para descobrir outras edições com desinflamação e, aí sim, o inquérito poderá ter conclusões mais enfáticas.

PF não dará detalhes
A Polícia Federal tem por prática não detalhar investigações antes de suas conclusões. Na sexta-feira, a assessoria da instituição foi procurada, mas se deteve às explicações da nota. É uma prudência que inquieta os jornalistas, mas que é compreensível.

Sem instabilidade
O governo Fábio Mitidieri seguirá sem clima de instabilidade e sem nenhum tipo de abalo com as investigações. Como vimos nas posições dos governistas, a segurança de um distanciamento quanto ao trabalho de Rodrigo é um fato em comum.

Editor fez em home office
A Domingueira teve uma informação de que a produção do áudio foi feita em trabalho home office, ou seja, Rodrigo não trabalhou neste arquivo diretamente no ‘QG da campanha’ que contratou o trabalho. Por isso, a busca e apreensão se deu em sua residência.

Festa das militâncias
Até o final das investigações, assistiremos a guerra de versões entre as militâncias. Os petistas dirão que foi a campanha de Fábio. Os governistas dirão que não passa de ilação e choro de derrotados. À imprensa, cabem questionamentos e a paciência da elucidação dos fatos. Quem entrar em uma das narrativas, não estará fazendo Jornalismo e sim militância.

Alessandro
A coluna tentou contato com o senador Alessandro Vieira, que está nos Estados Unidos. Em virtude disso, não foi possível.

Posição do governador
“Mesmo à distância, acompanhei a polêmica criada devido a uma operação da PF em Sergipe. Vi que alguns ditos ‘canais de comunicação’, tentaram ligar o fato a mim sem a menor fundamentação. O rapaz que foi alvo da operação trabalhou no governo em 2019 e no mesmo ano foi exonerado. Ou seja, três anos antes das eleições. Eu não o conheço, não trabalhou para mim e estou tranquilo quanto a isso. Estou focado é na gestão, que é o que realmente importa para a população”, se posiciona Fábio com exclusividade para a Domingueira.

João Doria e Fábio
O empresário João Doria, que é ex-governador de São Paulo e presidente do Lide Brasil, expressou grande entusiasmo ao ouvir a fala do governador Fábio Mitidieri em Washington (USA). Fábio apresentou as potencialidades de Sergipe, dados do equilíbrio fiscal e sua visão de que o novo ciclo do gás deve também impactar outros setores com mais investimentos, gerando assim, desenvolvimento com igualdade social. Tomara que venham os resultados.

Impressões de Fábio
A Domingueira conseguiu ouvir o governador Fábio sobre a experiência em Washington. Ele volta a Sergipe no início da semana com boas expectativas. “Eles gostaram muito. Isso ajudou a abrir portas, tornar conhecido. Tivemos várias reuniões bilaterais. Muita coisa boa pode ir para Sergipe em termos de investimentos”, resumiu o governador.

Alessandro aplaudido
No encontro do Lide, o senador Alessandro Vieira fez uma fala criticando a insegurança jurídica para o ambiente de negócios no Brasil. Segundo ele, mudanças constantes de entendimento das cortes superiores sobre temas que afetam a economia e o meio ambiente, geram diminuição de investimentos. Foi aplaudido com efusão.

Edvaldo empolgado e agradecido
O prefeito Edvaldo Nogueira também participou do encontro do Lide. Lá, falou da importância da apresentação de Sergipe para grandes investidores e aproveitou a oportunidade do encontro com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, para agradecer a parceria em liberação de empréstimos para Aracaju.

R$ 36 milhões de dólares
Esse é o valor do empréstimo junto ao BID que o Governo de Sergipe está pleiteando. O projeto será votado terça-feira, 5, no Senado. Fábio Mitidieri também agradeceu ao presidente e falou da expectativa da aprovação. O valor será investido no Programa Proredes. O investimento será na compra de equipamentos para modernizar a rede de Saúde, entre as unidades beneficiadas estará o Hospital do Câncer.

Críticas à comitiva
Nas redes sociais, muitas críticas quanto ao tamanho da comitiva sergipana que foi a Washington (USA) para o encontro de governadores e líderes políticos com empresários do Lide Brasil. É do jogo da política. Para a situação fica a lição, todo cuidado é pouco para evitar que uma ação tão positiva soe como negativa.

SSP desmente falta de combustível
Circulou nas redes sociais uma informação de falta de combustível para veículos da Polícia Civil. Rapidamente fizeram críticas associando a falta de combustível com a viagem internacional do governador. A SSP contudo, nega que tenha faltado combustível para viaturas. A informação oficial é que os recentes aumentos dos combustíveis podem ter afetado o limite disponibilizado e que problemas pontuais foram rapidamente resolvidos. A renovação de saldo se deu no último dia primeiro.

Marcos tem apoio da bancada
O prefeito de São Cristóvão recebeu esta semana declaração de apoio de 10 dos 17 vereadores de São Cristóvão para seu projeto em fazer o sucessor. Os vereadores Thiago Corrêa, Rafael Sucatão, Edson Pereira, Luciano da Colônia, Marcos Lázaro, Irmão Gibson, Joca Corrêa, Ítalo Macário, Fabinho Cristo Rei, Augustinho e Edvaldinho Cabelereiro se reuniram para reforçar o apoio à gestão do prefeito Marcos Santana. No encontro, eles também se comprometeram em trabalhar para eleger Júlio Júnior, nome escolhido por Marcos para a sucessão.

Elmo Paixão firme
O ex-vereador Elmo Paixão tem uma decisão tomada. Não disputa eleição para a Câmara de Vereadores. Elmo está disposto a tentar ser prefeito de Nossa Senhora de Socorro. Ele tem circulado os quatro cantos da cidade, buscando apoio de lideranças locais. O Progressistas, através do presidente senador Laércio Oliveira, já garantiu a legenda.

Vítima de fake News
Uma notícia falsa circulou nas redes, vinculando a deputada federal Katarina Feitoza com uma suposta prática de transfobia em reunião da Comissão das Mulheres na Câmara. A vítima, deputada Érica Hilton, tratou de desfazer a desinformação e afirmar que a delgada, na verdade, foi solidária com ela.

Comissão eleitoral
O deputado federal Thiago de Joaldo é membro de uma comissão especial formada para debater possíveis mudanças na legislação eleitoral para 2024. Ele guarda segredo quanto ao conteúdo do que está sendo debatido, e diz que todo esforço está sendo feito para dar tempo da tramitação, que tem prazo até outubro.