Censo Pop: 623 pessoas vivem em situação de rua em Aracaju

Foto: Reprodução/Blog Que Vem das Ruas

A Prefeitura de Aracaju divulgou nesta quinta-feira, 13, os resultados do Censo da População em Situação de Rua de Aracaju (Censo Pop Aju). O levantamento, realizado no auditório da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), traçou um panorama detalhado sobre a realidade das pessoas em situação de rua na capital sergipana. Ao todo, 623 pessoas foram contabilizadas vivendo nas ruas da cidade, com a participação de cerca de 50 recenseadores.

Os números apresentados reforçam a necessidade de ações integradas para garantir acolhimento, acesso a serviços básicos e oportunidades de reinserção social. O Censo Pop Aju não apenas contabilizou a população em situação de rua, mas também detalhou aspectos fundamentais como faixa etária, gênero, tempo de vida na rua e principais demandas. Entre os dados apresentados, destacam-se:

A maioria da população em situação de rua de Aracaju tem entre 30 e 47 anos;

78,7% são pretos e pardos, enquanto 17,4% são de pele branca;

81,1% são do sexo masculino e 16,2% do sexo feminino;

36% das pessoas vivem nas ruas há mais de cinco anos;

67,9% sabem ler e escrever, 12,96% têm dificuldades e 11,73% não são alfabetizados;

Apenas 2,47% recebem algum benefício financeiro;

40% relataram sofrer violência por parte de agentes de segurança pública.

O estudo também abordou temas como acesso a documentação, condições de saúde, consumo de drogas, alimentação, higiene, trabalho, cultura, lazer e moradia. Experiências de violência também foram analisadas, incluindo abusos por agentes de segurança e violência contra mulheres e LGBTQIA+.

Com os resultados em mãos, a Prefeitura de Aracaju pretende fortalecer as políticas de assistência social e articular ações com diferentes setores para reduzir a vulnerabilidade desse público. O grupo de trabalho responsável pelo Censo Pop Aju é composto por diversas instituições, incluindo a Prefeitura de Aracaju, a Universidade Federal de Sergipe (UFS), a Comunidade Católica Bom Pastor, o Movimento Nacional da Pessoa em Situação de Rua (MNPR), a Pastoral do Povo da Rua, o Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o Conselho Regional de Psicologia – 19ª Região e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – seccional Sergipe.

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