Uma raia-manta (Mobula spp.), espécie raramente avistada na região, foi encontrada morta na Praia do Abaís, em Estância, Sergipe, nesta terça-feira, 11. O animal apresentava nadadeiras amputadas e marcas de objetos cortantes, levantando preocupações sobre a pesca ilegal e a conservação da espécie.
A ocorrência foi atendida pela Fundação Mamíferos Aquáticos, que informou não ser possível determinar se as lesões causaram a morte ou ocorreram após o óbito do animal. De acordo com a fundação, há indícios de que a mutilação pode estar relacionada à utilização da raia como isca ou à comercialização ilegal.
Conhecidas também como jamanta, raia-diabo ou bocas-de-gaveta, as raias-manta são filtradoras e se alimentam de plâncton. Esses animais podem atingir mais de sete metros de envergadura e pesar mais de duas toneladas. Devido ao crescimento lento e à baixa taxa reprodutiva, todas as espécies desta família estão classificadas como vulneráveis ou ameaçadas de extinção na Lista Vermelha da IUCN.
A legislação brasileira proíbe expressamente a pesca, transporte e comercialização dessas raias em águas e território nacional.
A ocorrência foi registrada no âmbito do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Sergipe-Alagoas (PMP-SEAL), uma exigência do licenciamento ambiental federal conduzido pelo Ibama para as atividades de produção e escoamento de petróleo e gás natural da Petrobras. O projeto abrange a área entre os municípios de Conde, na Bahia, e Piaçabuçu, em Alagoas.
