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Sinpol faz graves denúncias e afirma esperar que o governador “chame o feito à ordem”
Da redação
11/12/2024
Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol/SE), Jean Rezende, fez graves denúncias em relação ao que classificou como desrespeito às prerrogativas e atribuições dos oficiais investigadores de polícia.
Entre os fatos relatados estão a atuação de pessoas desvinculadas da carreira policial nas delegacias e municípios e, em mais recente situação, nessa última terça-feira, 10, a utilização de um veículo vinculado à 1ª Delegacia Metropolitana por um estagiário.
De acordo com Jean, o Sinpol levou os fatos ao conhecimento do delegado geral da Polícia Civil, inclusive apresentando documentos técnicos, mas o cenário não ganhou a devida atenção.
“Essa situação também já foi solicitada publicamente, como se diz popularmente, já pedimos ao governador do Estado de Sergipe que chame o feito à ordem e tome providências cabíveis, porque ele está mal assessorado na Polícia Civil, na Segurança Pública do Estado de Sergipe. A gente não está só falando, não são meras palavras, está tudo devidamente documentado, o caso de ontem não é um fato isolado”, afirmou.
Nesse sentido, o presidente do Sinpol também detalhou o caso registrado nessa última terça-feira, envolvendo um estagiário.
“A gestão alega que o estagiário faz um serviço administrativo, mas o Sinpol tem atestado que não é serviço administrativo, mas sim o que encontramos ontem. Um estagiário com um veículo, um carro de luxo, uma caminhonete Hilux. [..] Ele, o estagiário, apresentou um termo de cautela, onde o delegado da unidade que ele é lotado entregou aquele carro a ele para uso exclusivo e pessoal, sob a alegação de que era para uso no serviço administrativo”, completou.
No tocante a esta situação, a Polícia Civil de Sergipe informou, em nota, que foi determinada pela Delegacia Geral a imediata apuração dos fatos pela Corregedoria da instituição.
“Na Central de Flagrantes, foram adotadas as providências iniciais em relação aos envolvidos, e solicitada a perícia no veículo. As peças do caso serão encaminhadas à Coordenadoria de Polícia Civil da Capital (Copcal), que designará uma unidade policial para apurar a conduta do estagiário, bem como para a Corregedoria, que investigará a conduta funcional na unidade”, disse a polícia.
Ainda durante a entrevista, Jean afirmou que, em algumas unidades da Polícia Civil, estagiários, pessoas cedidas de outras forças de segurança, funcionários comissionados, e até mesmo pessoas sem qualquer vínculo, estão trabalhando.
“Em pleno 2024, existem em nossas delegacias, autorizadas pelos delegados imediatos, autorizadas pelo delegado geral da Polícia Civil, autorizados pelo secretário de Estado da Segurança Pública, pessoas estranhas à atividade de policial civil atendendo a população sergipana como se fossem policiais civis, porém, como eu disse, policiais civis em Sergipe são os delegados e os oficiais investigadores, e aí a população sergipana vítima de um crime, quando chega na delegacia, acaba sendo vítima duplamente”, relatou.
E complementou: “Lá em Neópolis, por exemplo, a população estava sendo atendida, e essa denúncia veio da própria população, por um indivíduo ligado ao delegado, mas sem qualquer vínculo ao serviço público. Essa pessoa andava com o distintivo, com fardamento da polícia, armado, e com a própria viatura. Segundo as denúncias que a população trouxe, abordando a população, se identificando com o policial civil, intimando as pessoas”.
Conforme o presidente do Sinpol, além da comunicação ao governador, todas as situações foram reunidas em relatório e encaminhadas formalmente, junto ao Ministério Público do Estado de Sergipe, junto ao Controle Externo da Atividade Policial Civil, aos órgãos reguladores, assim como para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).