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Fiscalização identifica 60 crianças e adolescentes em trabalho infantil nas feiras de Aracaju
Da Redação
25/11/2024
Entre os dias 22, 23 e 24 de novembro foi realizado uma fiscalização conjunta que identificou pelo menos 60 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil nas feiras livres de Aracaju. A ação foi teve o objetivo de verificar os casos de trabalho infantil que, apesar das ações e medidas repressivas, persistem.
A equipe formada por representantes do Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), auditores-fiscais do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE) e Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe (OAB-SE) realizaram inspeção em feiras livres dos bairros Ponto Novo, Suíssa, Grageru e Bugio.
Na feira do bairro Bugio, 31 crianças e adolescentes foram identificados em situação de trabalho infantil. Já no bairro Grageru foram encontradas nove crianças e adolescentes trabalhando na feira. Nos bairros Ponto Novo e Suíssa, foram registrados 20 casos de trabalho infantil.
“A principal atividade é o carrego, para transporte das compras nas feiras. Mas em alguns pontos, geralmente nas barracas, encontramos crianças e adolescentes acompanhados dos próprios pais. Enquanto o trabalho infantil persistir, os órgãos públicos precisam insistir na erradicação dessa chaga social. A luta é grande e o nosso trabalho vai continuar”, ressaltou o procurador Raymundo Ribeiro.
As equipes encontraram, em Aracaju, crianças e adolescentes de outros municípios, a exemplo de Itabaiana, Rosário do Catete, Malhador e Areia Branca, que vieram à capital para trabalhar. Nas ações, foram distribuídas cartilhas, produzidas pelo MPT, explicando os prejuízos do trabalho infantil e mostrando a Aprendizagem Profissional como um caminho para mudar essa realidade.
“Infelizmente, a sociedade não vê o trabalho infantil como uma violação de direitos. Mas isso traz consequências sérias, principalmente para as crianças e adolescentes, que são pessoas em desenvolvimento. É um trabalho cansativo, exposto ao sol, ou seja, reflete na saúde e no futuro, porque, muitas vezes, tira essas crianças da escola, do processo de aprendizagem”, pontuou a promotora de Justiça Lilian Carvalho.