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Caso Lael: viúva teria premeditado crime e pediu para advogado comprar açaí, aponta polícia

Da redação

13/11/2024


Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira, 13, a Polícia Civil detalhou como foram as investigações que levaram à identificação dos suspeitos de envolvimento no homicídio do advogado Lael Rodrigues, de 42 anos, em outubro. Conforme as investigações, a motivação do crime teria sido passional e indicam a participação da viúva Daniele Barreto na ação.

Após depoimentos e imagens de câmeras de segurança, a polícia chegou até cinco suspeitos, entre eles a médica cirurgiã presa na última terça-feira. Além dela, foram detidas uma amiga e uma secretária da cirurgiã, e outros dois homens envolvidos – sendo um deles apontado como ocupante da motocicleta usada no crime. 

Na coletiva, a delegada Juliana Alcoforado, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), detalhou as imagens obtidas durante as investigações.  Segundo ela, a vítima foi seguida. 

“Então, as investigações se concentraram na análise das imagens coletadas. E foi aí que ficou delineado que o advogado Lael, ele foi seguido naquela noite até o momento exato em que ele foi  sendo alvejado junto com seu filho no interior de um veículo que eles haviam alugado para os seus uso pessoal. O advogado saiu de casa naquela noite com destino a uma lanchonete onde ele pretendia comprar açaí para consumir. Ele foi então perseguido por um veículo Polo e por uma motocicleta onde havia dois indivíduos. Esses dois indivíduos em dado momento do retorno emparelharam o veículo que eles utilizavam e deflagraram diversos disparos que culminaram com o advogado bastante ferido e o seu filho também alvejado”, explicou.

Ainda de acordo com a delegada, pela configuração do crime, a ação foi totalmente premeditada. “O veículo Polo, que faz parte da ação delitiva, se aproxima poucos segundos da porta de saída dos veículos do prédio do advogado e, antes disso, a motocicleta circula ao redor do prédio. Essa aproximação de poucos segundos antes do tempo exato de o advogado aparecer no portão, evidentemente nos chamou a atenção para informações privilegiadas que o executor havia recebido de forma que ele soubesse o exato momento em que a vítima surgiria ali no prédio”, descreveu.

Em outro momento das imagens apresentadas na coletiva, Juliana destacou que houve uma comunicação gestual entre os ocupantes do carro e da moto.  “Sendo monitorado pela coleta de câmeras e percebemos que, em dado momento, inclusive, os membros ocupantes do veículo polo e da motocicleta se comunicam”.

Segundo a Polícia, uma hora antes do crime, a secretária e a amiga de Daniele foram vistas no carro utilizado para se comunicar com a moto onde estão os atiradores.  “No dia do crime há imagens da amiga, juntamente com a secretária da esposa, em um veículo dentro do mesmo bairro, onde elas receberam dois indivíduos que são responsáveis pela ação delitiva. A partir de então não havia mais dúvida sobre a participação tanto da esposa, quanto da sua amiga, tanto da secretária”.

Envolvimento da viúva e motivação

A delegada Juliana Alcoforado detalhou também a participação da cirurgiã Daniele Barreto, viúva de Lael, no crime. Segundo ela,  imagens de câmeras de segurança mostram que a médica Daniele Barreto e a amiga dela estiveram algumas vezes no Bairro Santa Maria, em Aracaju, para encomendar o crime. 

As investigações apontam ainda que a médica era a única pessoa na residência do casal no dia do homicídio, o que leva a crer que ela teria informações mais precisas sobre os passos da vítima. Na noite do crime, Daniele pediu para que Lael fosse até uma lanchonete e comprasse açaí. Assim, ela teria passado a localização do esposo aos executores. “Ela queria que ele fosse buscar o açaí, não queria que uma empresa levasse. Não há dúvidas do envolvimento dela nesse crime”, disse o delegado-geral da Polícia Civil Thiago Leandro.

Segundo a Polícia, o crime teve motivo passional. De acordo com a apuração,  Lael Rodrigues e Daniele Barreto estavam em processo de separação, que não se consumou por razões financeiras e divisão patrimonial. Outra hipótese é de que o advogado desconfiava de um relacionamento extraconjugal da esposa com a amiga dela. Um dia antes do homicídio, o advogado teria armado emboscada o prédio onde a esposa tinha uma clínica e discutiu com a esposa após vê-la chegando no local no carro da amiga. Por ciúmes, eles entraram em discussão. 

Foragido

Ainda há dois investigados foragidos, e as buscas seguem em andamento junto à investigação conduzida pelo DHPP com o auxílio do Cope e da Dipol. Dos foragidos, um já está identificado e teve a imagem divulgada.

A Polícia Civil solicita que informações e denúncias que possam contribuir com a localização e prisão dos dois foragidos sejam repassadas à polícia por meio do Disque-Denúncia (181). O sigilo é garantido.

 

 

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