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Alergia grave: pesquisadores criam 1ª caneta de adrenalina brasileira
Da redação
09/11/2024
Foto: Fiocruz
Um grupo de pesquisadores brasileiros desenvolveu a primeira caneta de adrenalina autoinjetável do país, um tratamento essencial em casos de reação alérgica grave e potencialmente fatal, como o choque anafilático (anafilaxia).
Com esse tipo de dispositivo, a aplicação pode ser feita pelo próprio paciente. O modelo, entretanto, só pode ser adquirido no Brasil por importação, o que torna o custo extremamente elevado.
O protótipo foi desenvolvido por uma equipe liderada pelo médico Renato Rozental, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o apoio de uma empresa paulista.
A ferramenta está em fase inicial de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ainda precisará ser aprovada pelo órgão antes de ser disponibilizada no mercado. De acordo com Rozental, a estimativa é que o processo completo dure aproximadamente 11 meses.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), Fábio Chigres, sem os gastos de importação, a expectativa é que a caneta seja até 80% mais barata do que as trazidas de fora, chegando ao mercado nacional com custo em torno de R$ 400.
De acordo com a Asbai, a adrenalina figura atualmente como o único medicamento disponível no mercado capaz de tratar casos de anafilaxia.
Conforme Renato Rozental, há poucos meses, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fechou um acordo de cooperação com a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA). A proposta é agilizar a entrada, no Brasil, de medicamentos já aprovados nos Estados Unidos.
“Do nosso lado, teríamos condições de, em 11 meses, ter essa caneta de adrenalina pronta para distribuição no país. Mas vai depender dessa discussão na próxima semana, do reconhecimento e da liberação pela Anvisa. Não está nas nossas mãos”, explica.
A anafilaxia trata-se de uma reação alérgica muito grave e que se desenvolve rapidamente. A reação causa choque anafilático e uma queda de pressão abrupta, que faz com que o sangue não circule pelo corpo e não chegue ao cérebro.
O organismo libera uma substância chamada histamina, que causa uma reação generalizada e pode afetar pele e pulmão, além de causar broncoespasmo e edema de glote, fechando as vias aéreas superiores.