“Por que suspenderam na UFS e não nacionalmente?”, questiona professor sobre bônus na nota do Enem para estudantes sergipanos

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O Jornal da Fan levantou o debate, na manhã desta terça-feira, 30, sobre o chamado Bônus Regional para a Universidade Federal de Sergipe (UFS), uma medida que privilegia a nota do Enem de estudantes que moram no estado. O debate reuniu o o reitor da instituição pública de ensino, Valter Santana, e coordenador do ensino médio do Coesi, Junior Lima.

O coordenador explicou que o critério geográfico, também conhecido como bônus regional, é um instrumento para privilegiar a população local em que a universidade bonifica a nota do Enem de quem mora em um raio próximo à instituição de ensino ou até mesmo dentro do estado de origem. A bonificação varia de 10 a 25% de acréscimo na nota.

“Por exemplo, um estudante tirou 700, se aquela universidade tem bônus regional de 10%, ela acrescenta na nota do estudante, e aquele estudante, pelo fato de ser do estado ou do raio próximo, fica com a nota final de 770. Esse critério é utilizado principalmente em universidades cujo entorno tem índices baixos, uns índices sociais mais baixos, que seja uma população mais carente ou algumas necessidades específicas”, exemplificou o coordenador.

Essa medida já existia em Sergipe, mas foi descontinuida a partir do ano de 2020. “No ano de 2019, a gente tinha dois campi da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que eram o Campus do Sertão e de Lagarto. Esses dois usavam o bônus regional e o Campus Sertão já usava desde 2015, então não é uma coisa nova, estava lá atrás, Lagarto ia para o segundo ano de uso, e a Defensoria Pública da União de Sergipe foi provocada por um estudante que se sentiu prejudicada, à época, com o bônus. E aí, em tramitação, suspenderam o bônus”, explicou

Mas não apenas em Sergipe, dezenas de universidades ao longo do país continuam aplicando a medida. “Aí a pergunta que sempre se faz é a seguinte. Por que suspenderam o bônus da Universidade Federal de Sergipe e não suspenderam nacionalmente?”, questionou Junior?

Para responder aos questionamentos, o reitor da UFS, Valter Santana explicou que “na época, a universidade fez um acordo com a Justiça para que os alunos já matriculados pudessem permanecer e a justiça determinou que, nos processos seletivos seguintes, não fosse mais utilizada a bonificação regional. Seguindo o cumprimento da decisão judicial, os processos que se sucederam não mais instituímos o bônus regional”, afirmou.

O reitor explicou que, em 2021, impetrou um recurso para que a decisão fosse revertida. ”Infelizmente, no ano passado, tivemos nosso recurso julgado e foi tido como resultado o indeferimento do nosso pleito. Automaticamente, recorremos para terceira instância e o processo hoje se encontra no Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília aguardando o seu julgamento”, explicou.

No entanto, tanto o reitor, quanto o coordenador explicaram que as ações agora são políticas, para pressionar parlamentares e a sociedade civil, na tentativa de dar celeridade ao processo e retomar a bonificação em Sergipe.

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