A Companhia de Saneamento de Sergipe foi pauta de uma reunião realizada nessa última quinta-feira, 9, entre o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe (Sindisan) e o governador Fábio Mitidieri.
Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, nesta sexta-feira, 10, o presidente do Sindisan, Sílvio Sá, deu detalhes sobre o encontro e revelou que a categoria saiu “esperançosa” da discussão.
“O diálogo foi muito respeitoso, foi um diálogo de contrapontos com ambas as partes. O governador, há três dias, eu ouvi a entrevista, não teria motivo para, em uma reunião três dias depois com o sindicato, mudar as intenções da modelagem que ele quer implementar nos serviços da Deso. Foi muito solícito em ouvir os nossos contrapontos, as nossas alternativas, as nossas preocupações, foi um diálogo bem respeitoso, não foi a primeira nem a única reunião”, relatou.
Na oportunidade, o presidente do Sindisan também falou sobre as condicionantes para uma possível concessão do serviço de distribuição de água à iniciativa privada, mantendo a parte de captação com a Deso.
“Sobre essa decisão do governador, ele disse: ‘É a minha intenção, não é ainda definitivo’, que a Deso deve estar passando por um processo de desestatização. O que vai definir é a análise crítica e a análise técnica, que vão ser entregues um relatório ao governador. Essas duas empresas contratadas por dispensa de licitação são quem vão dar o parecer e uma análise crítica do estudo do BNDES. E o ponto crucial é o que nós chamamos de preço unitário do metro cúbico que a Deso venderá à iniciativa privada. Se chegar a patamares acima de R $2,50 por metro cúbico, não vai aparecer uma empresa interessada em participar do leilão”, completou.
Ainda durante a entrevista, Sílvio comentou sobre o debate dentro da reunião sobre a possibilidade de servidores serem desligados por conta da concessão parcial. Ele revelou que a situação também é uma preocupação do governador Fábio Mitidieri.
“Esse debate foi muito muito salutar. A gente tem confiança ainda na nossa defesa política, na nossa defesa de esclarecimento público, a gente ainda pode tentar contornar essa situação. Ele [governador] ficou preocupado com o quantitativo de demissões, já que o governo prega geração de emprego e renda, ele ficou muito preocupado. Ele chegou a comentar que, numa situação dessa de desligamento, num período de transição, caso se concretize isso, o desligamento fosse pelos terceirizados, que praticamente seriam absorvidos pela iniciativa privada, porque a faixa salarial já é a mesma, é um quadro que já tem uma certa experiência no serviços”, disse ele.
Sílvio também afirmou que a reunião também teve como resultado a perspectiva de criação de uma comissão paritária entre representantes da Deso, do Sindisan, do Governo do Estado e do Conselho de Administração.
“Não foi definido um prazo para fazer uma reavaliação mais crítica sobre a necessidade do quadro funcional, a qualificação para ter o mínimo impacto possível na questão de desligamento, de demissões, então a reunião, no seu final, a gente saiu um tanto quanto esperançoso, a gente acredita que mais adiante pode haver uma situação melhor e menos impactante tanto para a nossa categoria quanto para a sociedade”, finalizou.