“O ambiente é verdadeiramente insalubre para o trabalho”, diz diretor do Sinpol sobre as delegacias do estado

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Em entrevista para o programa Sergipe Verdade, da rádio SIM FM, nesta quarta-feira, 25, o diretor do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol/SE) Jean Rezende comentou sobre as reivindicações que a categoria está fazendo para a Secretária de Segurança Pública de Sergipe.

“Nós temos realizado algumas assembleias sindicais, onde os policiais civis estão demonstrando essa insatisfação de maneira pontual, mas esse evento é crescente, e o pleito principal dos policiais civis é a nossa reestruturação da carreira da Polícia Civil. Tratando de uma série de temas, que inclusive alguns já são lei no estado de Sergipe, mas que ainda persistem em não ser implementados. Então esse pleito dessa reestruturação que trata, por exemplo, da redução da carga horária de trabalho dos policiais civis para que a gente possa cuidar melhor da nossa saúde, não apenas física, mas também da saúde mental. Também trata de uma série de situações da questão do regime de Previdência do trabalhador policial civil, por exemplo, que o desconto é superior a outras categorias, inclusive da própria Segurança Pública”, contou.

Na oportunidade, o diretor também teceu críticas às condições de trabalho dentro das delegacias.

“A gente trata também da busca de ambientes de trabalho dignos para que a atividade policial civil seja desempenhada com a melhor qualidade possível para o cidadão, e para isso a gente tem visitado as delegacias na capital e no interior. Já apresentamos relatórios técnicos ao Ministério Público Estadual e ao Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe, porque a maior parte das delegacias não possui extintor de incêndio, e aquelas que possuem, o extintor está vencido. Então entre outros fatores, entre outras mazelas que são uma realidade das nossas delegacias, está a ausência de um ambiente digno. O ambiente é verdadeiramente insalubre para o trabalho, e esse mesmo ambiente, infelizmente, é onde a população, quando precisa, é recepcionada, é recebida”, afirmou.

Jean Rezende também relatou que as reivindicações da categoria não estão sendo ouvidas pelo governo.

“Os policiais civis não podem ser acusados de intransigência, por parte de quem quer que seja. Pois a gente tem tomado uma postura, enquanto entidade sindical, enquanto representação dessa categoria, de diálogo, de busca, né? Dessa conversa da construção das nossas pautas, mas infelizmente as portas estão literalmente fechadas por parte do Governo do Estado de Sergipe, por parte dos seus assessores”, disse.

O diretor do Sinpol comentou ainda que, mesmo com policiais civis trabalhando junto ao governo, a voz dos policiais não está sendo ouvida.

“O termo de compromisso não vem sendo cumprido. E eu costumo dizer que não é um termo de promessa, viu? Aí é um termo de compromisso. Então é por isso que a gente fica muito à vontade para cobrar efetividade nisso. Além dessa expectativa do termo, que não vem sendo cumprido, o fato de colegas policiais civis, delegados, estarem como secretários de Estado em outras pastas, além da própria Segurança Pública, também gera uma expectativa. Uma expectativa de que policiais civis, trabalhando diretamente com o governador, levariam de maneira técnica as pautas da Polícia Civil, e isso não está ocorrendo, sequer há uma interlocução com o Sinpol. Nós gostaríamos de ter esse acesso, mas não estamos, não estamos tendo esse acesso aos colegas policiais civis, delegados que ocupam aí cargos no governo”, comentou.

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