Na manhã desta segunda-feira, 11, o Jornal da Fan, da rádio Fan FM, entrevistou Wellington Oliveira, irmão de Weverton Oliveira, que foi vítima fatal da explosão em uma caldeira de uma metalúrgica localizada no município de Cabreúva, em São Paulo. A causa do acidente ainda é desconhecida.
O jovem estava internado em estado grave no Hospital das Clínicas, em São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. Segundo a Prefeitura de Cabreúva, 4 pessoas morreram e pelo menos 30 ficaram feridas com a explosão.
Wellington contou como foi o momento em que ficou sabendo que ocorreu o acidente na metalúrgica.
“Eu estava aqui em casa quando um primo meu ligou perguntando se eu sabia de alguma coisa que tinha acontecido em São Paulo. Eu disse ‘rapaz, não’. Quando cheguei na cidade, que fui levar minha menina para a escola, um colega meu disse ‘você soube que a metalúrgica de Cabreúva explodiu?’. Aí eu já entrei em desespero, porque meu irmão trabalhava lá”, narrou.
Todos os 4 sócios da metalúrgica eram sergipanos, e davam oportunidade para que outros sergipanos trabalhassem lá. Segundo ele, a metalúrgica funcionava clandestinamente, apresentando irregularidades.
“Era uma metalúrgica clandestina. Estava em um lugar que é rodeado de indústrias, não tinha alvará dos bombeiros, da prefeitura, já tinha pego não sei quantas multas e estava funcionando. O forno estava vencido há quase 25 anos. Eu acho que os trabalhadores não sabiam porque ela (a dona) pagava certinho, aí como todo mundo quer ganhar o dinheiro, não vai pensar que vai acontecer uma tragédia dessa”.
Wellington disse ainda que, uma semana antes do acidente acontecer, conversou com o irmão, que tinha planos de voltar para Sergipe em janeiro do próximo ano, e que no dia em que ele estava trabalhando, era para estar de folga, pois estava tirando serviço de outra pessoa.
“Ele foi buscar uma vida melhor para a família, para a minha mãe, que sempre ele dizia que gostava de ajudar ela. Eu conversando com ele antes do acidente, me disse que talvez em janeiro vinha embora, porque sem aguentar… Ele dizendo ‘olhe, já comprei meu carrinho, já tenho um dinheirinho pra eu comprar um terreno para construir a casa para minha esposa e acho que vou passar um tempo aí com vocês’… No dia que ele foi trabalhar não era o dia dele, era folga… Era para estar com a esposa em casa e só iria no outro dia 6h da manhã, mas a gente não vai adivinhar o que vai acontecer na vida”, lamentou.
A família é do município de Cristinápolis. Weverton tinha 41 anos e estava em São Paulo desde 2009, há 14 anos. Ele deixa a esposa e duas filhas, uma de 8 anos e outra de 16 anos. O corpo será velado até às 7h de amanhã, e após isso, será encaminhado para o município de Boquim.