Casa de Forró Cariri será homenageada por escola de samba paulista

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Na manhã desta sexta-feira, 8, o Jornal da Fan, da rádio Fan FM, recebeu o empresário José Hamilton Santana, dono da Casa de Forró Cariri, que falou sobre a homenagem que o estabelecimento receberá da X-9 Paulistana, uma das escolas de samba mais tradicionais da cidade de São Paulo, nos desfiles de 2024. Foi Jaime Arôxa, dançarino e coreógrafo de grande prestígio no país, quem realizou o convite.

“Conheço Jaime Arôxa da Globo, quando ele era jurado. Tem uma pessoa aqui que tem uma academia de dança no Augusto Franco que faz um congresso de forró. Ele convidou Jaime Arôxa para vir para esse congresso. Ele então foi lá no Cariri e eu dei um espaço… Ele se apresentou: ‘Sou Jaime Arôxa,  vim para esse congresso, conheço o Brasil todo e uma parte do mundo. Estou encantado com a sua casa’, e disse que iria fazer uma surpresa para mim. Morreu aí… Esse ano eles escolheram como tema Patativa do Assaré, um poeta que todo mundo conhece, e me fizeram esse convite”, explicou Hamilton.

O empresário reforça que é necessário o apoio do Governo de Sergipe para que o processo continue, levando o nome do estado para o âmbito nacional e mundial.

“Muitas vezes você quer, mas não pode. Esse é um daqueles convites que eu quero e acho muito importante para o turismo e para Sergipe, mas eu não sei se posso… Essa participação tem um custo, inclusive tem a Lei Rouanet (lei de incentivo e fomento à cultura). O governo está falando tanto de turismo. Falar de turismo é fácil, o grande problema é falar e fazer. Os projetos de turismo só passam a ser realidade quando você faz… Se fosse para pagar, dinheiro nenhum pagaria uma escola de samba que é bicampeã em um lugar como São Paulo, para falar desse tema”, disse.

A história do Cariri

Criado há 23 anos, o Cariri surgiu para inovar e ser um divisor de águas em um cenário de pouca valorização do forró na capital sergipana. Hamilton narra a história do estabelecimento, que surgiu, sobretudo, em função de um sonho.

“Eu tenho 23 anos de Cariri. O Cariri surgiu em função de um sonho. Sou aposentado da Petrobrás, na época eu estava na ativa, já para me aposentar, e usamos ali o forró, Sergipe não tinha forró de jeito nenhum, só tinha em São Cristóvão, Ednaldo do Acordeon, aqueles interiores, e eu ia para os interiores atrás de forró. Eu disse: rapaz, quem botar uma casa de forró em Aracaju, vai fazer um bom negócio… Aí eu comprei, estava invadido (o espaço), era um espaço abandonado. Foi onde surgiu o Cariri”, conta.

O empresário diz ainda que, desde o início, já imaginava o estabelecimento como uma casa de forró. “Eu sempre tive a coragem de bater o nome de forró. Você ter coragem de manter um empreendimento fazendo cultura é meio complicado, porque às vezes até o governantes não gostam muito de cultura, não dão muita importância, mas eu mantive”.

Ele recorda do momento difícil que passou durante a pandemia para manter seu estabelecimento, que por um momento, foi quase fechado.

“Naquela época eu tinha 83 funcionários. Imagine o que é você ter 83 funcionários e ver o seu empreendimento fechado bruscamente. Eu tinha uma pequena reserva, aí chamei a funcionária do financeiro e falei: vamos fazer o seguinte, pague os fornecedores e os funcionários. Não fiquei mais com dinheiro nenhum”, narrou.

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