O primeiro caso de febre maculosa em Sergipe foi confirmado. O diagnóstico é de uma pessoa do sexo masculino, de 15 anos de idade, residente no bairro Porto Dantas, em Aracaju.

A informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nesta sexta-feira, 28. Segundo a pasta, o paciente convive diariamente com cavalos, cães e galinhas, mas não possui histórico de viagem recente.

O jovem procurou uma unidade hospitalar no dia 19 de junho, com quadro de febre, náusea, cefaleia, dor abdominal, mialgia, prostração, astenia e tosse piosanguinolenta. Após coleta, o resultado com indicação positiva para febre maculosa saiu em 20 de julho.

Segundo a SMS, o paciente já recebeu alta médica e está bem. Ele segue monitorado pelo Centro de Informações Estratégicas em Saúde (CIEVS), que aguarda o resultado da segunda amostra da sorologia e dos carrapatos recolhidos no cavalo. 

Investigações sobre o caso

Após a confirmação, uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses esteve no endereço do paciente. Familiares relataram que o jovem tem o hábito de circular no bairro montado a cavalo, e que leva o animal para banhar em um riacho da localidade.

Na residência, não foi encontrado, no ambiente interno ou externo, o carrapato vetor da febre maculosa. No cavalo da família, no entanto, foram coletados carrapatos e encaminhados para análise no Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen). 

A equipe do Centro de Controle de Zoonozes realizou um bloqueio e desenvolveu ações em sete quarteirões. Cerca de 160 residências foram visitadas no peri e intradomicílio, onde foram realizadas ações de educação em saúde e conscientização, busca ativa de pessoas e animais com sintomas, coleta de carrapatos em equinos, identificação de ambientes favoráveis a presença do carrapato e a coleta de sangue em cães domiciliados.

Febre Maculosa 

A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. O carrapato-estrela não é o carrapato comum, encontrado geralmente em cachorros, mas se trata da espécie Amblyomma cajennense, que pode ser encontrada em bois, cavalos, cães, aves domésticas, gambás, coelhos e especialmente na capivara. 

Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar por um tempo prolongado fixado na pele das pessoas. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.